Autoria: Raquel Pitchon, MD.
- Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria ( SBP)
- Especialista em Alergia e Imunologia Pediátrica pela SBP
- Especialista em Alergia e Imunologia pela Associação de Alergia e Imunopatologia (ASBAI)
- Mestre na área da Saúde da Criança e Adolescente pela Universidade Federal de Minas Gerais
- Membro do Departamento Científico de Alergia e Imunologia da SBP
- Membro da Câmara Técnica de Alergia do CRM-MG
- Presidente da Sociedade Mineira de Pediatria triênio 2012-2015
A urticária aguda pode acometer até 20 % da população em alguma época de sua vida. Sua classificação é baseada no tempo de duração . Lesões cutâneas com duração menor que seis semanas são classificadas como urticária aguda , caso se estenda por mais tempo , denominamos o quadro de urticária crônica. ( FOTO 1 )
COMO SE MANIFESTA A URTICÁRIA AGUDA?
- Placas de edema transitório da derme
- Duração menor que 6 semanas
COMO SE MANIFESTA O ANGIOEDEMA?
- Placas de edema transitório da derme profunda
- Ausência de eritema(usualmente)
- Ausência de prurido (usualmente)
- Com dimensões maiores do que a urticária
- Atinge o tecido celular subcutâneo, principalmente pálpebras, lábio, língua e glote
- Reações Não dependentes do mecanismo IgE
- Liberação direta de mastócitos e basófilos
CAUSAS MAIS FREQUENTES PARA DESENCADEAMENTO DA URTICÁRIA AGUDA:
- Alimentos ( mais comuns: leite de vaca, ovo, amendoim , peixe, trigo , soja, castanhas, camarão e frutos do mar )
- Ferroadas de insetos ( vespa, abelha , formiga e marimbondo)
- Imunizações ( vacinas e componentes imunobiológicos)
- Exercício/dependente de alimento
- Distúrbios do metabolismo do ácido aracdônico
1. Associado ao uso da Aspirina
2. Associado ao uso Antiinflamatórios não hormonais
- Agregados protéicos e produtos imunobiológicos
1. Gamaglobulina
2. IgG ant-IgA
3. Dextran e albumina
4. Citotóxica:
5. Reações transfusionais
– Membranas de diálise
– Aditivos químicos
– Exercícios
– Infecções bacterianas, viróticas ou parasitárias
- Agentes infecciosos ( vírus, bactérias e protozoários, entre outros)
- Doenças malignas ( síndromes paraneoplásicas )
- Idiopática ou desconhecida
DETERMINAÇÃO DA GRAVIDADE:
Casos leves:
Lesões urticariformes discretas
Casos moderados:
Lesões urticariformes difusas ou angioedema de face, porém sem manifestações sistêmicas.
Casos graves:
Lesões urticariformes difusas com manifestações sistêmicas associadas, angioedema de glote e anafilaxia.
EXAMES COMPLEMENTARES PARA PESQUISA DO AGENTE CAUSAL :
A solicitação de exames complementares é avaliada individualmente, à critério médico, nos casos em que a história clínica e o exame físico não identificam a etiologia e para auxiliar no diagnóstico diferencial. Incluem:
- Sorologia para doenças infecciosas suspeitas
- Pesquisa direta, por teste rápido, de estreptococo do grupo A em swab de orofaringe.
- Sorologia para investigação de doenças autoimunes reumatológicas.
- Exames de imagem para pesquisa de possível malignidade ( causa rara de urticária)
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
- Dermatite de contato aguda
- Lupus eritematoso e outras doenças auto-imunes
- Trombose do seio cavernoso
- Síncope vasovagal secundária a stress ou dor intensa
DOENÇAS INFECCIOSAS X URTICÁRIA AGUDA NA INFÂNCIA:
- Fisiopatologia não esclarecida
- Associada mais frequentemente com doenças respiratórias, mas são relatadas com doenças gastrointestinais e urinárias
- Vírus : adenovirus, enterovirus , rotavirus, virus respiratório sincicial, citomegalovirus , hepatite A e B, Coxsackie vírus , HIV e E. barr vírus
- Doenças Bacterianas: Estreptocócica, M. pneumoniae, H. pylori
- Fungos: Tricophyton sp, Candida sp
- Infecções parasitárias: Blastocystis hominis, P. Falciparum, Anisakis simplex, Giardia lamblia, Ascaris, estrongilóides, entamoeba e trichinella
ABORDAGEM DO PACIENTE E TRATAMENTO:
Considerações gerais:
- Deve-se eliminar e evitar o agente suspeito que possa ter desencadeado a urticária aguda, angioedema e/ou anafilaxia.
- O objetivo do tratamento é a manutenção da oxigenação e a perfusão de órgãos vitais através do bloqueio da ação de mediadores já liberados e o impedimento da liberação de mais mediadores.
- A diferenciação ente reações anafiláticas e anafilactóides no que concerne ao tratamento de urgência não é importante.
- A internação é indicada nos pacientes que fizeram anafilaxia, após estabilização, por quatro a 24 horas, devido ao risco de manifestações tardias.
- A maioria dos pacientes com urticária terão um quadro autolimitado , com resolução espontânea dos sintomas.
- Em caso de anafilaxia A adrenalina é a droga de primeira linha na reação anafilática, devendo ser imediatamente usada. A via de escolha preferencial é a intramuscular, injeção realizada na musculatura vasto-lateral da coxa.
- Adrenalina ampola 1:1000 (sem diluição) dose 0,01 ml/kg (em criança até 0,3 ml, em adolescentes e adultos até 0,5 ml) via muscular no vasto lateral da coxa.
Obs: Essa dose pode ser repetida a cada 10-20 minutos até por 3 vezes
Os ANTI-HISTAMÍNICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO , como por exemplo, loratadina ou claritin , fexofenadina ou alegra, cetirizina ou Zyrtec, levocetirizina ou zyxem ou zina, desloratadina ou desalex , são os medicamentos de escolha recomendadas. Além de não serem sedantes, tem início de ação após 30-60 minutos.
Outros tratamentos como ANTI-HISTAMÍNICO ANTI-H2, CORTICOTERAPIA ORAL , OMALIZUMABE PODEM SER CONSIDERADOS INDIVIDUALMENTE.
FOTO 1 – CRIANÇA DE 18 MESES COM URTICÁRIA AGUDA INDUZIDA POR VÍRUS
Autoria: Raquel Pitchon, MD.
- Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria ( SBP)
- Especialista em Alergia e Imunologia Pediátrica pela SBP
- Especialista em Alergia e Imunologia pela Associação de Alergia e Imunopatologia (ASBAI)
- Mestre na área da Saúde da Criança e Adolescente pela Universidade Federal de Minas Gerais
- Membro do Departamento Científico de Alergia e Imunologia da SBP
- Membro da Câmara Técnica de Alergia do CRM-MG
- Presidente da Sociedade Mineira de Pediatria triênio 2012-2015