Alergia ao ovo e ao leite de vaca
A alergia alimentar vem aumentando mundialmente. As causas para esse aumento ainda são desconhecidas. Uma das hipóteses se relaciona com estilo de vida ocidental.
No Brasil os alimentos mais envolvidos nas alergias alimentares são o leite de vaca e o ovo. A ocorrência da alergia ao leite de vaca e ao ovo, varia em torno do mundo oscilando entre dois e 10% da população.
Em geral ela se inicia nos dois primeiros anos de vida, no entanto pode acontecer em qualquer idade como casos que publicamos de adolescentes e adultos que desenvolveram alergia tardiamente
Para realizar o diagnóstico da doença analisamos detalhadamente a história clínica realizamos exames de sangue e testes alérgicos de puntura , em que pesquisamos as causas de alergias principais.
As manifestações mais comuns da alergia Alimentar, são a urticária, vermelhidão em torno da boca e pelo corpo que podem ser acompanhados de sintomas respiratórios, cardiovasculares e digestivos. Acontecem por vezes, vômitos, dor abdominal, diarreia, cólica, sintomas de irritabilidade entre outros neurológicos.
Na grande maioria dos casos as crianças e adultos começam já a se sentir mal, poucos minutos após comer o alimento culpado pela alergia, até no máximo 2 horas após.
Outros sintomas também são observados como a dermatite atópica , enterocolite e proctocolite. Essa última manifestada com eliminação de sangue e muco pelas fezes.
Uma vez diagnosticada e confirmada a alergia é essencial o envolvimento da família e da escola para compreesão do problema. Não se deve naturalmente ingerir o alimento ou seus derivados.
O uso de identificação dos pacientes alérgicos é recomendada.
A leitura dos rótulos para pesquisa da presença do alimento em questão também.
Caso a manifestação seja de anafilaxia, popularmente conhecida como choque anafilático, que é a reação alérgica mais grave conhecida, é necessário um plano de ação por escrito que inclui a portabilidade da adrenalina auto injetável.
Esse medicamento que não é disponível no Brasil, deve ser importado e pode salvar vidas.
No caso de alergia ao ovo, a vacina contra febre amarela deve ser tomada sob cuidados médicos, sendo ideal aplicação fracionada, em ambiente preparado para cuidar de anafilaxia e outras reações que podem ocorrer após a aplicação. Nesses casos os pacientes permanecem sob observação por uma hora após aplicação.
Como frequentemente nos casos graves a alergia ao ovo e ao leite são persistentes existe a possibilidade de teste de provocação oral para avaliação de tolerância aos alimentos extensamente cozidos, como pão, biscoitos e bolo.
Além disso dispomos da imunoterapia oral de dessensibilização ou indução da tolerância, que é indicada de acordo com cada caso e visa a indução da tolerância ao alimento pela criança.
As vezes a dessensibilização completa não é alcançada, no entanto a redução da gravidade da doença ocorre. O que já traz mais segurança para família.
Todos esses procedimentos são realizados sob supervisão médica contínua porque reações alérgicas graves podem ocorrer.
Em relação aos irmãos de pacientes com alergia alimentar, atualmente não é recomendado que em próxima gravidez a mãe faça dieta de exclusão do OVO OU DO LEITE DE VACA, assim como não se deve retardar a introdução do ovo e leite na dieta.
Existem estudos de indução de tolerância oral utilizando pequenas quantidades desses alimentos nos primeiros três à seis meses de vida, no entanto ainda em pesquisa.
Evitar o tabagismo ativo e passivo durante a gravidez, lactação e na infância das crianças assim como uso criterioso de antibióticos são estratégias comprovadas de redução e prevenção das alergias em geral